A Ressurreição de Jesus Cristo na vida da comunidade


Eu sou o Deus de Abraão, o Deus de Isaac e o Deus de Jacó. Ele é Deus não de mortos, mas de vivos. Ouvindo isso, as multidões se extasiavam com seu ensinamento. (Mt 22, 32-33)


Pensar na existência da vida eterna em função, apenas, da Ressurreição de Cristo é negar todo o ensinamento, em vida, de Jesus.  Pois a certeza da vida eterna é pertencente à sua doutrina e está exposta em todo o Novo Testamento e, em parte, do Antigo, também.   A começar por Abraão, Isaac e Jacó que, segundo Jesus Cristo, estão vivos.  Podemos citar também Henoc que foi arrebatado em vida para não conhecer a morte e Deus o levou para junto Dele (Hb 11, 5).  E tantos outros santos que, segundo Jesus, quando morrem são como os anjos do Céu.  Os Anjos do céu por acaso estão mortos?
Dessa forma, o anúncio da Ressurreição de Cristo ganhou força no discurso de Paulo, como uma espécie de confirmação das promessas (citação); ou seja, da vida eterna.  Contudo, devemos compreender que a presença marcante do pensamento gnóstico naquele momento era motivo de muita especulação a respeito dessa ressurreição.  Por esse motivo acredito ser conveniente e mais valoroso para nossa messe entendermos a mensagem central da ressurreição que se inicia com Maria Madalena e Maria, mãe de Tiago, no momento em que elas vão ao sepulcro de Jesus.

Depois do sábado, ao amanhecer do primeiro dia da semana, Maria Madalena e a outra Maria foram ver a sepultura. De repente houve um grande tremor de terra: o anjo do Senhor desceu do Céu e, aproximando-se, retirou a pedra e sentou-se nela. O seu aspecto era como o de um relâmpago e as suas vestes eram brancas como a neve. Os guardas tremeram de medo diante do anjo e ficaram como mortos.5.Então o anjo disse às mulheres:  Não tenhais medo. Eu sei que procurais Jesus, que foi crucificado. Ele não está aqui. Ressuscitou, como havia dito! Vinde ver o lugar onde Ele estava. Ide depressa contar aos discípulos que Ele ressuscitou dos mortos e que vai à vossa frente para a Galileia. Lá O vereis. É o que tenho a dizer-vos. (Mt 28, 1-7)


O Anjo do Senhor disse: Eles vos precederá na Galileia!  Essa, com certeza, é a grande mensagem da Ressurreição.  A resposta do Anjo nos dá a ideia de missão.  Procurar o corpo de Jesus; cuidar do corpo de Jesus, não se fazia tão necessário, pois Jesus seria eternizado por sua obra.  O seu corpo é o pão da vida! Onde houver fome, desigualdade, injustiça, miséria, lá encontraremos Jesus, vivo, nos esperando para agir em favor da vida, pois ele sempre nos precederá.  
Trazendo para os dias de hoje, percebemos que está viva, na Pastoral da Criança, a Dr Zilda Arns.  Penso, inclusive, que não seria impossível se alguém de nossa Pastoral, indo visitar seu sepulcro, encontrasse, também, um anjo de Deus, e que este a convidasse a participar da messe do Senhor em Porto Príncipe ou em qualquer outro lugar que se fizesse necessário.  É fato que ela está viva na Pastoral da Criança; e que o nosso papel, enquanto cristãos, é não deixarmos sua obra cair em esquecimento, pelo contrário, colaborar com a sua messe.
Jesus sobrevive há 2000 anos, permanecendo vivo em nossos corações e em nossa Igreja.  A vida de Jesus de Nazaré é a prova concreta da possibilidade de um mundo mais justo e igualitário e a sua ressurreição é a força dessa vida que nos dá esperança e que nos motiva para a construção de um mundo melhor.

Por Daniel G. Ribeiro


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