Jesus, a Palavra Encarnada!

Apaixonado pelo Evangelho de João, penso que nada exprime de forma tão sublime a existência de Cristo do que o capítulo 1 de João.  Posso, a partir de tão poucas linhas, compreender quem foi Jesus e por que foi Cristo.  Determinismos não cabem nesta reflexão, portanto, faz-me pensar, não querendo ser herege, se Jesus é perfeito porque é o filho de Deus ou se é o Filho de Deus porque é perfeito?

No começo a Palavra já existia: a Palavra estava voltada para Deus e a Palavra era Deus. No começo Ela estava voltada para Deus. Tudo foi feito por meio d'Ela, e, de tudo o que existe, nada foi feito sem Ela. N'Ela estava a Vida, e a Vida era a luz dos homens. Essa luz brilha nas trevas, e as trevas não conseguiram apagá-la. Apareceu um homem enviado por Deus, que se chamava João. Ele veio como testemunha, para dar testemunho da luz, a fim de que todos acreditassem por meio dele. Ele não era a luz, mas apenas a testemunha da luz. A luz verdadeira, aquela que ilumina todo o homem, estava a chegar ao mundo. A Palavra estava no mundo, o mundo foi feito por meio d'Ela, mas o mundo não A conheceu. Ela veio para a sua casa, mas os seus não A receberam. Ela, porém, deu o poder de se tornarem filhos de Deus a todos aqueles que A receberam, isto é, àqueles que acreditam no seu Nome. Estes não nasceram do sangue, nem do impulso da carne, nem do desejo do homem, mas nasceram de Deus. E a Palavra fez-Se Homem e habitou entre nós. E nós contemplamos a sua glória: glória do Filho único do Pai cheio de amor e fidelidade. (Jo 1, 1-14)

Devemos refletir sobre alguns conceitos existentes no discurso de João. O primeiro é que Jesus não é pré-existente, pois Jesus é homem como nós.  João disse que a Palavra estava no mundo antes da vinda do filho de Deus. O segundo é que ele se refere à Palavra como o Próprio Deus, ou seja, a vontade de Deus estava na terra, em forma de escritura, mas o mundo não a conheceu. O terceiro ponto é a menção que João faz de que outros homens que tiveram a oportunidade de Jesus, a oportunidade que nos é, também, oferecida até os dias de hoje. João diz, ainda, que a Palavra deu poder de se tornar filhos de Deus todos que a vivessem em sua plenitude.  
Contudo, observamos na história que muitos se perderam no meio do caminho em função das suas tentações mundanas.  Chegamos ao quarto ponto com a afirmação de João de que um homem “foi capaz de abrir o selo”, ou seja, venceu a carne, suportando a fragilidade intrínseca à natureza humana.
A Palavra fez-Se Homem, habitou entre nós e nos fez feliz ao contemplar a sua glória: glória do Filho único do Pai cheio de amor e fidelidade. Por acreditar que Jesus seja a Plenitude dos Tempos, penso que o título mais oportuno que podemos dar a ele é chamarmos de Deus Encarnado! A Palavra viva!

Por Daniel G. Ribeiro


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