Paulo, Lucas, João e o Espírito Santo!


As comunidades paulinas surgiram pela experiência do Espírito Santo.  Paulo fez conhecer aos Gálatas que, pela morte na cruz, Jesus remiu os pecados humanos, para que os homens pudessem receber o Espírito prometido por serem filhos adotivos de Deus (Cf. Gal 3, 14; 4, 5 - 6).
Paulo exorta os Coríntios a permanecerem em concórdia, superando as divergências e as rivalidades pela força do Espírito (Cf. 1 Cor 1, 10). Isso porque Paulo identifica nessa comunidade uma forte rivalidade entre os cristãos por causa dos diversos dons e adverte quanto à autoridade do Espírito de Deus, fonte de toda graça. É ele quem distribui os carismas a fim de que cada um manifeste o Espírito em favor do bem comum (Cf. 1Cor 12, 4-11). E para tornar essa ideia mais concreta, Paulo usa a imagem do Corpo de Cristo (Igreja) (Cf. 1 Cor 12, 12-28).
Assim, a imagem paulina do Corpo de Cristo integra-se à ideia, também, de “Templo do Espírito”, pois é o Espírito que age nos batizados para que juntos possam formar a Corpo de Cristo. O corpo dos cristãos é a morada do Espírito Santo (Cf. 1 Cor 3, 16-17) que intercede por nós.
Em Lucas é retratada a experiência de fé dos discípulos de Jesus, quer seja no Evangelho ou no Ato dos Apóstolos. Assim, segue o Evangelista narrando a história em duas etapas.  Na primeira, a vinda do Espírito Santo sobre Maria torna possível a encarnação de Cristo (Lc 1, 26-38) e o início da sua vida pública (Lc 4, 1 ss) e por conseguinte o anúncio da Boa Nova. Na segunda etapa, a vinda do Espírito Santo sobre a comunidade torna possível o nascimento da Igreja (At 2, 1- 4). Lucas quer deixar claro o elo existente entre o Espírito e Jesus Cristo.  O Espírito vai conduzir as ações apostólicas das novas comunidades de diversas maneiras: como vendaval impetuoso (At 2, 2), como línguas de fogo (At 2, 3). A partir daí, os apóstolos iniciam a sua missão de anunciar Jesus Cristo como o salvador dos homens. O discurso de Pedro interpretando o profeta Joel enfatiza que a relação do Espírito do Senhor derramado sobre os homens é o sinal de salvação antes do grande Dia do Reino.
Lucas descreve a beleza da primeira comunidade cristã (At 2, 42 – 47), nascida e mantida pelo Espírito Santo, em que os fiéis ouviam os ensinamentos apostólicos, rezavam juntos, partilhavam a fração do pão e tudo o que possuíam.  Iam ao Templo e tinham Deus como única autoridade. Por isso, puderam viver o ideal de união, fraternidade e justiça proposto no anúncio do Reino.
A teologia joanina revela a experiência do Espírito Santo vivida de forma mais equilibrada e constante pelas comunidades, pois estão vivendo uma época historicamente mais distante.  Em João, é justamente a certeza do Espírito Santo que possibilita aos cristãos serem fiéis a Jesus Cristo (Jo 4, 13 ; 5, 6). Sendo assim, é o Espírito quem atesta a permanência de Jesus na comunidade para o nascer de uma vida nova (Jo 3, 5-6), para que ela possa adorar a Deus em Espírito e Verdade (Jo 4, 23-24) e proclamar ao mundo que “Deus é AMOR” (Jo 13, 34-35).


Por Daniel G. Ribeiro




Nenhum comentário:

Postar um comentário