A acusação de Isaías contra os legisladores, os dominadores e os poderosos.


        

      

        “Ai dos que decretam leis injustas e dos escrivães que prescrevem opressão. Para desviarem os pobres do seu direito e para arrebatarem o direito dos aflitos do meu povo; para despojarem as viúvas e roubarem os órfãos!” (Is 10,1-2).
Estes dois versículos ressaltam as leis, geradas pelos legisladores da época, que são improfícuas à justiça social.  Se a religião pura e imaculada aos olhos de Deus é justamente cuidar do necessitados em suas tribulações (Cf. Is 1, 17 / Tg 1, 27), logo, as leis que regem aquele povo são a contraposição da aliança com Javé.
Isaías acusa os soberbos; proclama que a justiça é o caminho da paz; e que esta não se dá fora da luz de Deus.  Avisa, ainda, que Deus instaurará sua justiça, e os soberbos não terão mais vez; só Deus será exaltado.  Neste dia o homem se renderá à humildade, acabará a pretensão, porque Javé é maior do que soberba.
Mas sabendo Deus que sua palavra se faz viva a partir dos nossos atos, então, Ele se entristece, pois vê que a ação dos homens se opõe à sua vontade; e nisso constitui a desgraça humana.  As leis, que legislam aquele povo, geram a falência social, a morte. Essa é a grande acusação aos legisladores da época. A mesma política que faz, hoje, mais de 14.000.000 (quatorze milhões) de pessoas passarem fome estrema no Brasil e mais de 300.000.000 (trezentos milhões) em todo mundo.  Toda essa desgraça é gerada em função da ambição.
Deus nos deu o suficiente para o nosso sustento, “o pão de cada dia”. Mas a ambição do homem o fez querer mais; essa, que causa acúmulo de riquezas para poucos e pobreza para muitos, é a razão da injustiça social. Por esse motivo Deus nos pede cuidado com os exageros, pois a luxúria nos afasta Dele, e destarte, acabamos por viver de forma tão intensa em relação aos prazeres da vida que não temos tempo para Deus, ou seja, para a sua proposta; esta é a acusação aos ricos.
Enfim, a questão que se aborda acerca das leis na época de Isaías é a mesma dos dias de hoje; leis que favorecem as classes dominantes gerando cada vez mais desigualdade social, injustiça e suas conseqüências: pobreza, fome, miséria; morte.

Por Daniel G. Ribeiro

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