Salvação é, também, Transformação Social


O discurso salvífico de Jesus caracterizou-se pelo movimento de transignificação da imagem dos excluídos e dos marginalizados para a de verdadeiramente felizes; uma nova perspectiva de salvação e eleição que tem como cerne a pregação das Boas-Aventuranças (Mateus 5, 1-10). 


Para Jesus, felizes são os pobres em espírito, os mansos, os aflitos, os que têm fome e sede de justiça, os misericordiosos, os puros de coração, os pacificadores, os perseguidos pela justiça corrupta e os que serão maltratados por proclamarem a vida e a liberdade.


Dentro dessa perspectiva de vida feliz, a necessidade de se promover a liberdade torna-se parte intrínseca do seu discurso salvífico, pois é crível a ideia de que a imagem de liberdade proferida por ele passa pela experiência do povo durante o período de escravidão no Egito, no exílio na Babilônia e na política opressora e absolutista de Roma. 


Por esse motivo, em Jesus, libertar é alforriar a alma e, ainda, pagar por esse resgate; preço que pode nos custar a própria vida. Assim, olhando para a cruz de Jesus, podemos perceber, hoje, outras crucificações, não, apenas pessoais, mas, principalmente, as crucificações coletivas, ou seja, étnicas, sociais, religiosas e, ainda, de gênero.



Por Daniel G. Ribeiro 


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