Em relação à origem do mundo:
Existe contradição entre a Ciência e a Religião?

Quando pensamos em ciência, voltamos os nossos olhos para algo que está fora da teologia, poderíamos dizer até, que, para muitos cristãos, fora da fé.  Contudo, não podemos esquecer que a teologia é, também, uma ciência e que como toda ciência, através de pesquisas, vai se aprimorando e desenvolvendo nova técnicas e quebrando antigos paradigmas.  Dessa forma, é fácil entender que a compreensão que se tinha da palavra até o milênio, século ou década passada não tem com deixar de ser aprimorada pelos dias de hoje.
A mensagem propriamente dita não é a que mais sofre alteração com esse avanço, ainda que, também, sofra algumas novas interpretações. Falamos das questões naturais, da história, da biologia, da geografia contida nas Sagradas Escrituras. Em verdade, o livro santo caminhava com o povo não apenas como ferramenta espiritual, mas também, como código civil a exemplo.  Toda e qualquer verdade estava lá contida, inclusive a verdade sobre a criação.
Porém, devemos entender que, sendo um livro sagrado, sua maior preocupação não se dá em “como” tudo foi criado, mas em “por que” motivo foi criado e em “para quem” foi oferecida essa criação. A mensagem de fé espera explicar através de símbolos criacionistas, ou seja, olhando para a natureza, em que tudo foi criado por Deus para que o homem pudesse construir a sua história; e não podemos deixar de lembrar que é um olhar de mais de 2000 anos.
Hoje, a teoria da evolução é aceita, porém, não desacredita a mensagem de fé exposta no Gênesis, pelo contrário, cria um paralelo entre as duas, uma enriquece a outra, pois a ciência é uma manifestação divina assim como a fé.  Podemos dizer até que, atualmente, a ciência é uma grande aliada da fé, que ajuda os teólogos, através das suas ferramentas e descobertas, a chegarem mais perto da história e assim poder compreendê-la melhor. Entretanto a fé colaborou e continua colaborando com a ciência, pois foi pela fé que muitos textos, livros, objetos, ferramentas, obras de arte, etc foram criados.
Contudo, pela fé, não nos perdemos no escuro dos “por quês” da vida, por ela compreendemos, sem ciência alguma, que a criação é um dom de Deus, que o homem é sua criatura e que, mais dos que qualquer achado científico, temos a plena capacidade, pela fé, de entendermos o porquê da vida.
Fomos criados pelo amor e para o amor e não há nada mais importante do que isso. Por esse motivo podemos acreditar que não há ciência que dê conta dessa dimensão teológica. Por outro lado, não deve ser também a teologia que deva dar conta da dimensão científica da evolução; muito embora, sabendo que o nada é estéril e que o mundo foi criado a partir de algo pré-existente, através do próprio argumento científico da criação, percebemos a manifestação divina nesse processo, pois Deus é essa pré-existência.


Por Daniel G. Ribeiro



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